A referenciação como operação de construção de representação discursiva em gêneros jurídicos: a imagem do réu e da vítima

Ananias Agostinho Silva, Francisco Vieira da Silva

Resumo


O presente artigo defende que a referenciação, um dos objetos de estudo da agenda da Linguística Textual, além de funcionar, nos textos, como estratégia responsável pela progressão e continuidade textual, pode ser compreendida, também, como operação de construção de representações discursivas. A noção de representação discursiva é recuperada do trabalho de Adam (2011), especificamente de sua proposta de uma análise textual dos discursos. Esse pressuposto defendido no trabalho é ilustrado a partir da análise de dois textos pertencentes aos gêneros jurídicos petição inicial e sentença condenatória. Nos textos analisados, mostra-se como a operação de referenciação incide sobre a construção de representações discursivas sobre a vítima e sobre os réus.

Palavras-chave


Referenciação; Representação discursiva; Gêneros jurídicos

Texto completo:

PDF

Referências


ADAM, J. M. A Linguística Textual: introdução à análise textual dos discursos. Trad. Maria das Graças Soares Rodrigues, João Gomes Silva Neto, Luis Passeggi e Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin. São Paulo: Cortez, 2011.

BLIKSTEIN, I. Kaspar Hauser ou A fabricação da realidade. São Paulo: Cultrix, 1986.

CAHALI, Y. S. (Org). Código Civil, Código de Processo Civil e Constituição Federal. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.

CAPEZ, F. Curso de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2004.

CAVALCANTE, M. M. Expressões referenciais – uma proposta classificatória. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 44, p. 105-118, jan./jun. 2003.

_______. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2013.

_______. et al. Coerência e referenciação. In: MARQUESI, S. C.; PAULIUKONIS, A. L; ELIAS, V. M. Linguística Textual e Ensino. São Paulo: Contexto, 2017.

CIULLA, A. S. Os processos de referência e suas funções discursivas – o universo dos contos. 2008. 203 f. Tese (Doutorado em Linguística) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.

FREGE, G. Lógica e filosofia da linguagem. Trad. Paulo Alcoforado. São Paulo: Cultrix, 1973.

GOMES, L. F. (Org). Código Penal, Código de Processo Penal e Constituição Federal. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.

KOCH, I. V. G. As tramas do texto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

_______.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2013.

LOURENÇO, M. V. Análise textual dos discursos: responsabilidade enunciativa no texto jurídico. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2013.

MONDADA, Lorenza; DUBOIS, Daniele. Construção de objetos de discurso e categorização: uma abordagem dos processos de referenciação. In: CAVALCANTE, M. M. et al (Org.). Referenciação. São Paulo: Contexto, 2003. p. 17-52.

PALAIA, N. Técnica da petição inicial. São Paulo: Saraiva, 2005.

PASSEGGI, L. A estruturação sintático-semântica dos conteúdos discursivos: /categorias descritivas da lógica natural para a linguística. In: PASSEGGI, L. OLIVEIRA, M. S. (Org.). Linguística e Educação: gramática, discurso e ensino. São Paulo: Terceira Margem, 2001.

QUEIROZ, M. E. Representações discursivas no discurso político. “Não me fiz sigla e legenda por acaso”: o discurso de renúncia do senador Antonio Carlos Magalhães (30/05/2001). Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós0Graduação em Estudos da Linguagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2013.

RODRIGUES, M. G. S. et al. (Org.). “Voltarei. O povo me absolverá...”: a construção de um discurso político de renúncia. IN: ADAM, J. M.; HEIDEMANN, U.; MAIGUENEAU, D. Análises textuais e discursivas: metodologias e aplicações. São Paulo: Cortez, 2010.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


A Revista Clarabóia está cadastrada nos diretórios e indexada nas bases que seguem:

DOAJ  Latindex IBICT  DIADORIM  ERIHPLUS Redib MIAR WorldCat CiteFactor MLA

Licença Creative Commons
Revista Claraboia está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://uenp.edu.br/claraboia