Literatura para ler… literatura para ver: reverberações do discurso literário na estrutura do mangá The Legend of Zelda: Ocarina of Time
Resumo
Este artigo tem o escopo de aviar uma proposição teórica que consiste na leitura dos mangás como expressões literárias, preterindo a usual postura de se designar as histórias em quadrinhos aos segmentos de subcultura, subliteratura ou como produto cultural de valor social ínfimo, desqualificando-as como produto condigno a receber o rótulo literatura. Em contrapartida, a imputação desse rótulo precisa ser justificada, e, para tal, demonstra-se como as características mais comuns de um romance ecoam livremente na estrutura do mangá, em outros termos, as reverberações do discurso literário na tessitura textual das histórias em quadrinhos, constituindo um texto-imagem marcado pela hibridez, uma espécie de quadrinho-romance. Seccionado em duas etapas, o texto, inicialmente, aborda o complexo conceito de literatura, expondo definições variadas e consistentes oriundas de alguns estudiosos. Em seguida, apresenta-se o enredo do mangá selecionado, The legend of Zelda: ocarina of time (2017), para ser nosso corpus ficcional e inicia-se a análise literária em que se aponta as similitudes entre a estrutura do romance e a estrutura do mangá. A fim de atingir os objetivos demarcados, recorre-se a estudiosos como Aristóteles (2005), Antonio Candido (1970), Roberto Acízelo (2007), Terry Eagleton (2001), Antoine Compagnon (2010) e Sonia Luyten (2011).
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