A geopoética das águas n'A cidade e as serras, de Eça de Queirós
Resumo
Especificamente, esta pesquisa detém-se no elemento água presente no romance A cidade e as serras (1901), de Eça de Queirós (1845 – 1900), seja como matéria de consumo, seja como matéria de apreciação por sentidos como a visão e a audição. Objetiva-se, portanto, explorar a experiência do sujeito com esse elemento, experiência esta que denomino de geopoética das águas, já que, para sua compreensão, valho-me da literatura e da geografia humanista. Trata-se de interdisciplinaridade ainda pouco explorada na obra de Eça de Queirós, mas bastante profícua, especialmente aplicada em um romance cujos lugares e paisagens se sobrepõem em diversas passagens da narrativa. Essa visada geopoética também expõe o predicado atemporal da obra eciana, já que a questão ambiental que a permeia nunca exigiu tamanha reflexão e consciência como na contemporaneidade.
Especificamente, esta pesquisa[1] detém-se no elemento água presente no romance A cidade e as serras (1901), de Eça de Queirós (1845 – 1900), seja como matéria de consumo, seja como matéria de apreciação por sentidos como a visão e a audição. Objetiva-se, portanto, explorar a experiência do sujeito com esse elemento, experiência esta que denomino de geopoética das águas, já que, para sua compreensão, valho-me da literatura e da geografia humanista. Trata-se de interdisciplinaridade ainda pouco explorada na obra de Eça de Queirós, mas bastante profícua, especialmente aplicada em um romance cujos lugares e paisagens se sobrepõem em diversas passagens da narrativa. Essa visada geopoética também expõe o predicado atemporal da obra eciana, já que a questão ambiental que a permeia nunca exigiu tamanha reflexão e consciência como na contemporaneidade.[1] Este trabalho é parte de dissertação em desenvolvimento pelo autor no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná – UFPR.
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PDFReferências
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