TRIBUNAIS SUBNACIONAIS, PREFERÊNCIAS PESSOAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS: AS DECISÕES INDIVIDUAIS DOS JUÍZES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO EM MATÉRIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar a interferência do judiciário na implementação das políticas de saúde a partir das premissas do modelo atitudinal de análise do comportamento dos juízes. O Poder Judiciário vem ocupando um papel central nos processos políticos nas diferentes democracias do mundo: especialmente quando se analisa o processo das políticas públicas, percebe-se uma crescente e significativa participação das instituições e atores relacionados ao sistema de justiça. Assim, as preferências pessoais dos juízes membros de Tribunais subnacionais influenciariam em suas decisões nos conflitos envolvendo políticas públicas de saúde? Esta pesquisa analisou um banco de dados original, codificado a partir de decisões monocráticas do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco referentes a saúde pública, tomadas entre 2000 e 2017, de modo a testar a existência de associação entre as características dos magistrados (proxy para suas preferências individuais) e os resultados dos julgamentos.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BRASIL. Constituição do Estado de Pernambuco. 2019.
BIEHL, J., SOCAL, M., GAURI, V., DINIZ, D., MEDEIROS, M., RODON, G., AMON, J. Judicialization 2.0: Understanding right-to-health litigation in the real time. Global Public Health, 2018.
CARVALHO, E. Em busca da judicialização da política no Brasil: apontamentos para uma nova abordagem. Revista Sociologia e Política, Curitiba, 23, 2004, p. 115-126.
CARVALHO, Ernani. Revisão judicial e judicialização da política no direteito ocidental: aspecto relavantes de sua gênese e desenvolvimento. Revista Sociologia e Política, Curitiba , n. 28, p. 161-179, jun. 2007 .
CARVALHO, E., BARBOSA, L. F. e GOMES NETO, J. M. OAB e as prerrogativas atípicas na arena política de revisão judicial. Revista de Direito GV, vol. 10, n. 1, 2014, p. 69-98.
CARVALHO E, SANTOS M, GOMES-NETO J, BARBOSA L. Judicialización de la política y grupos de presión en Brasil: intereses, estrategias y resultados. América Latina Hoy, vol. 72(0): 59-88.
FARIA, J. E. O Poder Judiciário no Brasil: paradoxos, desafios, alternativas. Brasília: Conselho da Justiça Federal, 1996.
FERNANDEZ, M. V., SANTIAGO, F. e PEDROSA, M. O embate Executivo-Judiciário no ciclo de políticas públicas: a judicialização das políticas de saúde. Anais do 54º Congresso Internacional de Americanistas. Salamanca, 2018.
FERNANDEZ, M. e GOMES NETO, J. M. W. Judicialização, policy e modelos formais explicativos: uma proposta para compreender as decisões judiciais em matéria de políticas públicas. Revista Estudos de Sociologia, vol. 23, n. 45, 2018.
FERRAZ, Octávio L. Motta. Health Inequality, Rights, and Courts: The Social Impact of The Judicialization of Health. In YAMIN, Alicia Ely e GLOPPEN, Siri (Ed.). Litigating Health Rights: Can Courts Bring More Justice to Health? Cambridge: Harvard University Press, 2011.
GIBSON, J. L. From Simplicity to Complexity: The Development of Theory in the Study of Judicial Behavior. Political Behavior, 5 (1), 1983, p.7-49.
GIBSON, J. L. Judges' role orientation, attitudes and decisions: an interactive model. The American Political Science Review, vol. 72, nº 3, 1978, p. 911-924.
GOMES NETO, J. M. W. As várias faces de um leviathan togado: um espectro das abordagens teóricas em ciência política acerca do fenômeno da judicial politics. Mnemonise Revista, v. 3, 2012, p. 107-120.
GOMES, J. M. W.; BARBOSA, L. F. A.; VIEIRA, J. L. G. Explicando decisões: as aplicações da análise por regressão logística (Logit) no estudo do comportamento judicial. Direito Público, [S.l.], v. 15, n. 82, jan, 2019.
LEVIN, J., FOX, J. e FORDE, D. Estatística para ciências humanas. São Paulo: Pearson, 2012.
POSNER, Richard A. How judges think. Cambridge: Harvard University Press, 2008.
MOLHANO Ribeiro, Leandro y Werneck ARGUELHES, Diego Preferências, Estratégias e Motivações: Pressupostos institucionais de teorias sobre comportamento judicial e sua transposição para o caso brasileiro. Revista Direito e Práxis. 2013;4(7):85-121.
SCHUBERT, G. Ideologies and attitudes, academic and judicial. The Journal of Politics, vol. 29, nº 1, 1967, p. 3-40.
SECCHI, Leonardo. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo, Cengage Learning, 2010.
SEGAL, J. A. Judicial Behavior. In WHITTINGTON, K. E., KELEMEN, R. D. e CALDEIRA, G. A. (ed.). The Oxford Handbook of Law and Politics. Oxford: Oxford University Press, 2008.
SEGAL, J. A. e SPAETH, H. J. The Supreme Court and the attitudinal model revisited. New York: Cambridge University Press, 2002.
SPILLER, P. e GELY, R. Strategic Judicial Decision-making. In WHITTINGTON, Keith E., KELEMEN, R. Daniel e CALDEIRA, Gregory A. (ed.). The Oxford Handbook of Law and Politics. Oxford: Oxford University Press, 2008.
TAYLOR, M. O Judiciário e as Políticas Públicas no Brasil. Dados – Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 50, nº 2, 2007, p. 229-257.
DOI: http://dx.doi.org/10.35356/argumenta.v0i35.2052
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2021 Argumenta Journal Law









ARGUMENTA JOURNAL LAW
Programa de Pós-Graduação em Ciência Jurídica
E-mail : argumenta@uenp.edu.br
Telefone/fax 4335258953
Horário de atendimento de segunda-feira à sexta-feira 14 às 17h e das 19 às 23h e nos sábados das 08 até 12h
Endereço: Av. Manoel Ribas, 711 - 1º andar
Jacarezinho PR - 86400-000 - Brasil