Dicionário periférico: a representação da situação de marginalidade através do olhar do marginalizado
Palavras-chave:
Literatura Marginal. Autorrepresentação. Periferia.Resumo
O propósito deste artigo é analisar uma parte dos micropoemas que compõem o livro Se Eu Tivesse Meu Próprio Dicionário do poeta Ni Brisant. A partir desta análise, com a colaboração do pensamento de Benjamin (1987), aqui é problematizada a questão do marginalizado retratado pelo não-marginalizado na literatura brasileira. Partindo do pressuposto de que a literatura marginal contemporânea tem se firmado, mesmo com a desconfiança da academia, demonstra-se aqui, a partir dos trabalhos de Benjamin (1987), que as obras produzidas nas periferias denunciam (entre muitas “pobrezas”) a pobreza de experiências comunicáveis que a sociedade contemporânea vive, e desta forma, nestas obras, vê-se uma barbárie positiva no sentido de que os autores das periferias, enfrentam esta pobreza, e arriscam-se a criar com o pouco que se tem, além de retratarem a situação de marginalidade a partir de um olhar interno.