UM QUILOMBO NO LEBLON (2021): LEITURAS DE NARRATIVAS HÍBRIDAS JUVENIS NA FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Autores

  • Carla Cristiane Saldanha Fant Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Rosângela Margarete Scopel da silva Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Gilmei Francisco Fleck Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Palavras-chave:

Narrativa Histórica Juvenil, Brasil Império, Oficina literária, Ressignificação do passado. Formação do leitor literário

Resumo

Neste artigo temos como objetivo apresentar uma análise da narrativa juvenil híbrida de história e ficção Um Quilombo no Leblon (2021), de Luciana Sandroni, voltada à ressignificação do passado pelas vias da arte literária e seus entrecruzamentos com o romance histórico contemporâneo de mediação (FLECK, 2017). Por meio dessa análise, pretendemos enfatizar o papel da literatura no processo de formação do leitor no Ensino Fundamental e, desse modo, destacar a obra híbrida, voltada ao contexto do Brasil Império, mais especificamente ao que se refere à resistência negra e às fugas das lavouras de café para os quilombos, de modo a evidenciar figuras invisibilizadas pela historiografia tradicional, em uma perspectiva “vista de baixo” (SHARPE, 1992), com ênfase nas ressignificações da história realizadas pela literatura. Para isso, é de grande relevância acrescermos à nossa discussão alguns elementos voltados à descolonização do pensamento pelas vias da decolonialidade (PALLERMO, 2018); MIGNOLO, 2017). Para isso, apoiamo-nos em estudos de Candido (1995), Fleck (2017), Mendoza Fillola (1994), Jauss (1979) e Zucki (2015). Desse modo, a fim de realizar encaminhamentos de leitura literária em sala de aula, estabelecemos sugestões de atividades didáticas que estão sistematizadas em uma “Oficina literária temática” como um instrumento de apoio aos professores do Ensino Fundamental II. Os resultados deste estudo, demonstram que as narrativas ficcionais juvenis corroboram às reflexões sobre a não neutralidade de discursos, os quais circulam e expressam o jogo de poder com relação à hegemonia europeia, à colonização e ao sistema escravista, apontados por Fleck (2017) como inerentes ao romance histórico contemporâneo de mediação, podendo ser, assim, via de descolonização na formação, também, de professores mediadores do processo de leitura.

Biografia do Autor

Carla Cristiane Saldanha Fant, Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutoranda em Letras da Unioeste, Mestra pelo Profletras da Unioeste,  professora das redes municipal e estadual de ensino no município de Cascavel, atualmente lotada na Escola Municipal Robert F. Kennedy e no Colégio Estadual Jardim Clarito.

Rosângela Margarete Scopel da silva, Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutoranda em Letras da Unioeste, Mestra pelo Profletras da Unioeste,  Integrante do Grupo de Pesquisa “Ressignificações do passado na América: processos de leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção – vias para a descolonização”.

Gilmei Francisco Fleck, Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutor em Letras pela UNESP: Literatura Comparada. Pós-doutor em Literatura Comparada e Tradução pela UVigo – Espanha, professor adjunto da UNIOESTE, Cascavel-PR. Lider fundador do Grupo de Pesquisa “Ressignificações do passado na América: processos de leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção – vias para a descolonização”

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Publicado

2023-07-21