A representação social da morte em Vidas secas, de Graciliano Ramos

Vitor Siqueira Macieira, Laura Paste de Almeida, Paulo Roberto Sodré

Resumo


A partir de uma interface interdisciplinar, identifica e analisa a representação social – um saber sobre um determinado objeto social elaborado a partir das interações do cotidiano que possibilita guiar as práticas dos sujeitos em relação ao objeto representado, segundo Serge Moscovici –, da morte na narrativa neorrealista Vidas secas, de Graciliano Ramos. Para tanto, utiliza-se de parte da fortuna crítica de Vidas secas (Ficção e confissão, de Antonio Candido e Graciliano Ramos, de Sônia Brayner), da Teoria das Representações Sociais (de Serge Moscovici) e da História social (de Philippe Ariès). Compreende que a representação social da morte no romance se dá por meio da denúncia da penúria social, econômica e cultural da qual uma parcela dos sertanejos sofre em decorrência do quadro histórico de descaso político.

Palavras-chave


Narrativa moderna brasileira – Graciliano Ramos. Graciliano Ramos – Vidas secas. Vidas secas – Representação social da morte. Morte – Tema literário.

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