Violência e Precariedade em O Filho da Mãe

Autores

  • Lucas Demingos de Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

crítica literária

Resumo

As últimas décadas atestaram a proliferação de diversas formas de narrativas com a temática trauma e, na esteira dessa produção literária, veio a teorização, que teve impulso nos anos 1990, principalmente por meio da obra de Cathy Caruth (1996). Recentemente, iniciou-se uma crítica ao modelo de trauma desenvolvido por Caruth por não ser capaz de abarcar as violências diárias, sistemáticas e institucionais infligidas principalmente contra minorias (ROTHBERG, 2008). Apoiado nesse enfoque, investigo questões relativas a trauma, precariedade e vulnerabilidade em O filho da Mãe (2009), romance de Bernardo Carvalho. A narrativa apresenta dois contextos de violência presentes na Rússia e na Tchetchênia: a Segunda Guerra da Tchetchênia e a homofobia institucionalizada. Com base na articulação entre essas duas formas de violência, utilizo a noção de precariedade, elaborada por Judith Butler (2006, 2015) como um nexo entre as violências produzidas por conflitos geopolíticos armados e as agressões diárias causadas por um discurso homofóbico que inviabiliza o reconhecimento de certas vidas como vidas vividas, compreendendo mais adequadamente as experiências traumáticas narradas.

Biografia do Autor

Lucas Demingos de Oliveira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Atualmente, é doutorando em Teoria, Crítica e Comparatismo pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Possui graduação em Licenciatura em Língua Alemã e Literaturas de Língua Alemã pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2017) e mestrado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2019). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, atuando principalmente nos seguintes temas: reconhecimento, trauma, precariedade, literatura comparada e hermenêutica.

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Publicado

2019-12-18

Edição

Seção

Artigos