O normal e o patológico: uma leitura de Rosinha, minha canoa de José Mauro de Vasconcelos (diálogo entre literatura e psicologia)

Penha Lucilda Souza Silvestre

Resumo


O texto Rosinha, minha canoa (1963) de José Mauro de Vasconcelos, romance dramático, próximo de uma prosa poética, narra a história do velho Zé Orocó e sugere a reflexão da condição do homem na relação com o outro e com a natureza. Uma vez que, o personagem passa por situações adversas que nos levam a repensar o patológico e o normal numa visão dialética. Isso acontece porque o protagonista mantém uma sintonia com a natureza que o cerca. Por este motivo, o personagem não é compreendido pela comunidade. Desse modo, precisa abandonar o seu habitat natural em que vive e se submete à internação em um hospício, porque as pessoas o consideram louco. Nesse lugar, recebe um tratamento desumano para o livrarem de sua suposta loucura. Após um longo tempo de internação, ele entende que deve se adequar as condições prescritas pelo olhar médico para conseguir alta. Nesse sentido, o artigo em questão tem como objetivo discutir e refletir sobre a questão temática: a loucura na literatura juvenil brasileira na década de sessenta, num diálogo entre literatura e psicologia. Para tanto, faz-se necessário compreender O normal e o patológico (2007) de Georges Canguilhem, estendendo-se à crítica literária.

Palavras-chave


literatura juvenil, ficção, normal, patológico, psicologia

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