Realismo maravilhoso no Brasil insólito de Monteiro Lobato
Palavras-chave:
Crítica literária, Ensino de literatura, Cultura brasileira.Resumo
Saci-pererê, capturado pelo astuto Pedrinho, promete-lhe descortinar a vida noturna na mata por meio da contemplação de seres monstruosos e arredios, como: Iara, Jurupari, Boitatá, sem contar a já conhecida e cruel Cuca. A partir dessa proposição inicial, este trabalho pretende trazer à tona o mundo fantástico do escritor brasileiro Monteiro Lobato (1882-1948) e a tessitura ficcional de personagens e seres mitológicos representantes do folclore nacional. Lobato foi um dos precursores ao recriar, literariamente, espaços, personagens e, sobretudo, figuras de monstros vigentes no imaginário popular em diferentes regiões do Brasil, isto é, sul, sudeste, norte, nordeste, centro-oeste. Analisando a presença e a urdidura de monstros do repertório cultural brasileiro, objetiva-se, ainda, identificar traços do realismo maravilhoso na obra O Saci (1958), de Lobato, bem como aspectos nacionais. A análise temático-formal, desse texto, estará embasada em considerações críticas de relevantes teóricos do fantástico, dentre eles, Todorov, Lovecraft, Carpentier, Chiampi, Furtado, Roas. Os resultados esperados consistem na identificação do tipo de fantástico que se realiza em Lobato e na representatividade literária de monstros genuínos da cultura brasileira, assim como seus possíveis efeitos sobre o leitor.