A ecologia de saberes e a escola como espaço de pluralidade de saberes e culturas
Resumo
Neste artigo discutiremos os conceitos de “pensamento ortopédico”, “a douta ignorância” e a “ecologia de saberes” (SOUSA SANTOS, 2010), com o objetivo de analisar quais contribuições tais teorias apresentam para a Educação, sobretudo no ensino da língua inglesa, de forma que se considere diferentes formas de construção de sentido (KRESS, 2003), (Lankshear & Knobel, 2003), (GEE, 2004) em contextos de salas de aula pluriculturais e heterogêneas. Partindo deste pressuposto, através de uma perspectiva freiriana e ecoando os princípios do Letramento Crítico, discutiremos o papel da diversidade de saberes dos educandos como protagonistas do processo de ensino e aprendizagem de língua estrangeira, bem como suas habilidades, contextos, culturas, linguagens, conhecimentos e leitura de mundo, aspectos estes que denotam diferentes percepções da realidade, as quais muitas vezes passam despercebidas ou são ignoradas nos livros didáticos devido às condições de (re)produção de significados e narrativas, mantendo-se, então, a ordem política existente, o que resultaria no que Biesta (2011) define como a domesticação do cidadão. Abordaremos, sobretudo, as questões relacionadas ao caráter heterogêneo, ao multiculturalismo e à pluralidade de saberes dos alunos como alternativa ao “epistemicídio” (SOUSA SANTOS, 2010) de saberes e culturas.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
ARENDT, Hannah. The Human Condition. Introduction by Margaret Canovan. 2nd ed. Chicago: University of Chicago Press, 1998.
BIESTA, Gert. The Ignorant Citizen: Mouffe, Rancière, and the Subject of Democratic Education. In: Studies in Philosophy and Education. Volume 30, Issue 2, pp 141-153. Published online: 8 January, 2011. Disponível em Acesso em 18 de dezembro de 2014.
BOURDIEU, P. The forms of capital. In J.Richardson (Ed.) Handbook of Theory and Research for the Sociology of Education. New York: Greenwood, p. 241-258, 1986.
GEE, James Paul. Situational Language and Learning: a critique of traditional schooling. New York and London: Routledge, 2004.
KACHRU, Braj B. World Englishes and Culture Wars. In: KACHRU, Braj B.; KACHRU, Yamuna; NELSON, Cecil L. (Ed.). The Handbook of World Englishes. UK: Blackwell Publishing, 2006.
KALANTZIS, Mary & COPE, Bill (ed). Multiliteracies: literacy learning and the design of social features. London and New York: Routledge, 2000.
_____________ . New Learning: Elements of a science of education. New York, Port Melbourne: Cambridge University Press, 2008.
KRESS, Gunther. Literacy in the New Media Age. London and New York: Routledge, 2003.
LANKSHEAR, Colin; KNOBEL, Michele. New Literacies: changing knowledge and classroom learning. Berkshire: Open University Press, 2005.
MCKAY, Sandra Lee. Teaching English as an International Language. Oxford: Oxford University Press, 2009.
RANCIÈRE, Jacques. The ignorant schoolmaster: five lessons in intellectual emancipation. Translated with an introduction by Kristin Ross. Stanford, California: Stanford University Press, 1991.
_________ .On Ignorant Schoolmasters. In: Jacques Rancière: Education, Truth, Emancipation. BINGHAM, Charles & BIESTA, Gert J. J. with RANCIÈRE, Jacques. London & New York: Continuum, 2010.
ROJO, Roxane Helena R., MOURA, Eduardo (Orgs). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
SANTOS, Boaventura de Sousa, MENESES Maria Paula (Orgs). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.
VEYNE, Paul. Did the Greeks believe in their myths? An Essay on the Constitutive Imagination. Translated by Paula Wissing. Chicago & London: The University of Chicago Press, 1988.
Apontamentos
- Não há apontamentos.

A Revista Clarabóia está cadastrada nos diretórios e indexada nas bases que seguem:
Revista Claraboia está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://uenp.edu.br/claraboia