A voz do narrador no romance polifônico de Dostoiévski

Autores/as

  • Cláudia Tavares Alves Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Palabras clave:

Literatura, Dostoiévski, Romance polifônico

Resumen

Bakhtin, quando se dedicou a estudar a produção literária de Dostoiévski, observou que o escritor russo fora o grande responsável por criar o que o crítico chama de romance polifônico moderno. A partir da conceitualização dessa ideia de polifonia, apresenta-se uma análise que defende que a construção dos personagens dostoievskianos é excepcional para a história da literatura moderna por propor personalidades e vozes próprias a cada sujeito da narrativa. A teoria de Bakhtin consiste em defender que não é mais a voz do autor que determina o andamento dos acontecimentos narrativos, mas sim as vozes dos personagens, que deixam de ser passivos à narração e passam a ser sujeitos de suas próprias atitudes. Seguindo tal ideia, a intenção do presente artigo é mostrar como, a partir do conceito do romance polifônico de Bakhtin, a voz do narrador do romance O Idiota, de Dostoiévski, ganha espaço na narrativa. O principal objetivo é analisar como, nesse romance, a voz do narrador se coloca em relação às vozes já identificáveis dos outros personagens e do autor, e em que medida é possível dizer que sua voz equivale a outras vozes que compõem a história, podendo ele mesmo ser considerado um personagem.  

Biografía del autor/a

Cláudia Tavares Alves, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Doutoranda em Teoria e História Literária no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp

Publicado

2016-05-12

Número

Sección

Artigos