A CRIANÇA HOSPITALIZADA COMO SUJEITO DE DIREITOS: NARRATIVAS DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
Resumo
Os marcos legais que asseguram às crianças o direito de serem ouvidas em assuntos que lhes dizem respeitos são frequentemente negligenciados ou mesmo desconhecidos na área de saúde. Considerando que a equipe de enfermagem desempenha um papel crucial no tratamento de crianças hospitalizadas, que enfrentam uma situação de múltiplas vulnerabilidades, observa-se uma relativa falta de (re)conhecimento desses direitos e a necessidade de uma formação que atente para outra concepção da criança e de suas capacidades de agir enquanto agente social. Este estudo tem por objetivo apresentar resultados de uma pesquisa sobre as percepções de estagiários de enfermagem em relação aos direitos das crianças hospitalizadas. Para a recolha das fontes, foram utilizadas entrevistas narrativas com seis (06) estagiárias (os): 3 (três) do curso Técnico de Enfermagem e 3 (três) da graduação em Enfermagem de instituições de ensino de São Paulo, entre setembro de 2020 e março de 2021. As análises confirmam uma compreensão limitada por parte de profissionais de enfermagem em formação no que concerne a uma maior sensibilização para conceberem a criança como sujeito de direitos. Conclui-se chamando a atenção para a necessidade de repensar a formação em enfermagem no que concerne aos avanços legais dos direitos da criança de modo a promover habilidades e atitudes mais condizentes com a humanização no atendimento a crianças hospitalizadas como pacientes-agentes de direitos.