Epistemicídio e biopolítica em um corpo negro, de Lubi Prates

Autores/as

  • Raíza Hanna Milfont UFRJ

Resumen

A partir dos poemas “para este país” e “e ainda que” pertencentes à obra um corpo negro (2018), da autora paulistana Lubi Prates, o artigo cria um diálogo entre as enunciações formais e metafóricas dos textos da poeta e os conceitos de epistemicídio, enunciados por Boaventura Sousa Santos (1995) e alargados por Sueli Carneiro (2005); bem como do conceito de biopolítica, a partir de Michel Foucault (1999), no intuito de mostrar como os versos da autora cria uma voz poética que representa o estatuto do Outro, a partir do entendimento do Não-ser – aquele que é subjugado através de um processo incessante de produção de indigência e de desqualificação como sujeito cognoscente, sob o dispositivo da racialidade. Conclui-se que os poemas de Lubi Prates revelam que o corpo negro, em nossa sociedade, é um corpo ainda desprovido de valor e do direito a uma subjetividade.

Publicado

2024-07-02