A exclusão social em Os supridores, de José Falero

Letícia de Araújo Bernardes; Rogério Max Canedo

Autores/as

Letícia de Araújo Bernardes Universidade Federal de Goiás https://orcid.org/0009-0001-5478-0247
Rogério Max Canedo Universidade Federal de Goiás https://orcid.org/0000-0001-7379-572X

Resumen

Resumo: A literatura está indissociavelmente ligada à sociedade, desde sua produção até sua repercussão. Portanto, aos Estudos Literários cabe a leitura crítica de obras que remetam à realidade, de modo a pensar suas relações e reflexões. Com isso, o presente trabalho desenvolve a análise da representação da exclusão social na literatura a partir do romance brasileiro contemporâneo Os supridores, de José Falero (2020). Tem-se como objetivo desenvolver uma pesquisa que destaque as maneiras com que a exclusão é manifestada no objeto de análise. Além disso, deseja-se investigar a proximidade estabelecida entre literatura e sociedade e apontar os aspectos excludentes na obra e na vida do autor. Parte-se da noção de exclusão enquanto conceito descritivo, definido por Oliveira (2006), bem como fundamenta-se principalmente na relação entre sociedade e literatura, abordada por Candido (2023), e no papel humanizador dessa, com base em Candido (1995, 2012) e Eco (2011). A pesquisa é de cunho bibliográfico e caráter qualitativo, buscando o embasamento teórico e a investigação interpretativa do romance analisado, com foco na observação dos personagens principais e do espaço da narrativa. Observou-se que a obra parte de vivências comuns, como a desigualdade de classes, a exploração trabalhista e a violência urbana, para representar a realidade enfrentada pela população excluída no Brasil. Assim, este artigo reforça a indissociabilidade entre literatura e sociedade, refletindo em que ponto a obra remete à realidade e, ainda, atentando aos possíveis impactos de sua leitura para o meio social.

Palavras-chave: Exclusão social. Os supridores. Literatura. Sociedade.

Biografía del autor/a

Letícia de Araújo Bernardes, Universidade Federal de Goiás

Mestranda em Letras e Linguística, pela Universidade Federal de Goiás, na área de Estudos Literários, e graduada em Letras: Português, pela mesma universidade.

Rogério Max Canedo, Universidade Federal de Goiás

Doutor em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB), com bolsa de pesquisa CNPq e Doutorado PDSE/CAPES pela Universidade de Lisboa, Portugal. Desenvolve pesquisas com enfoque sobre o gênero romance e a sua relação com a história. Nesse âmbito, o corpus teórico predominante é o romance histórico, visto sob perspectiva da crítica marxista dialética. Seu atual projeto de pesquisa, desenvolvido na Universidade Federal de Goiás e no Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística, dessa mesma Universidade, tem por título Literatura, história e formação social nas literaturas de língua portuguesa. Desenvolveu seu Pós-Doutorado na Universidade de Buenos Aires (UBA), Argentina, sob o título La Montaña Mágica, de Thomas Mann, en los debates en torno al realismo en la novela histórica del humanismo antifascista. É membro pesquisador nos grupos de pesquisa Literatura e Modernidade Periférica e Mayombe: Literatura, História e Sociedade, ambos da Universidade de Brasília (UnB), ambos filiados ao CNPq, com ingressos em 2009 e 2013, respectivamente. É Diretor da Cátedra Lídia Jorge (Instituto Camões), na Universidade Federal de Goiás, e membro da Cátedra Agostinho da Silva (UnB). É professor efetivo de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, Literatura Portuguesa e Ensino de Literaturas na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (FL/UFG).