Para uma cartografia do sensível: a poética de Bernardo Soares

Autores/as

  • Jair Zandoná Universidade Federal de Santa Catarina

Palabras clave:

Livro do desassossego, Bernardo Soares, Modernismo Português, Cartografia do sensível

Resumen

Debruçar-se no(s) projeto(s) do Livro do desassossego, incansavelmente articulado(s) por Fernando Pessoa, implica percorrer as diferentes estratégias ali elaboradas. Se para a crítica, via de regra, há três fases de escrita do “Livro” (a primeira estaria vinculada muito mais ao simbolismo, seria “anterior” à descoberta heteronímica e corresponderia à produção entre 1914 e 1917; a segunda compreenderia até 1929, período em que o Livro permaneceu em dormência, com produção rarefeita e não datada; a terceira seria de 1929 a 1934, período em que os textos são datados), uma possível unicidade estaria na designação da autoria do texto a Bernardo Soares pelo autor de Mensagem. Na extraordinária arte de não-ser pessoana, como disse Jorge de Sena (1964), o semi-heterônimo seria o nada que o poeta descobre em si mesmo quando para de sentir. Nesse sentido, este texto propõe analisar a forma como o texto chega para os leitores – uma vez que em vida Pessoa apenas publicou trechos destinados ao L do D –, e do material do qual se mune Soares para elaborar seu “Livro”, ou seja, sua “própria” vida, expressa pelo vazio interior, sentimento de inexistência.

Biografía del autor/a

Jair Zandoná, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Letras Português Habilitação em Língua Espanhola e Respectivas Literaturas pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (2003). Mestre (2008) e doutor (2013) em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Letras, com ênfase no Modernismo Português.

Publicado

2014-04-02

Número

Sección

Artigos