O NEGRO ESTÁ SEMPRE AO RÉS DO CHÃO
MORTICÍNIO DE VIDAS NEGRAS EM ESSA GENTE, DE CHICO BUARQUE
Abstract
Este trabalho tem como objetivo apresentar como é ficcionalizada a violência da polícia brasileira e o racismo estrutural em Essa gente, de Chico Buarque. O estudo está organizado em três partes: Introdução, Pele alva e pele alvo e Considerações Finais. A metodologia de pesquisa adotada consiste em revisão bibliográfica e documental. A base teórico-crítica está centrada em: Lilia Schwarcz, Silvio Almeida, Achille Mbembe, Djamila Ribeiro, Lélia Gonzalez e Adilson Moreira. Os resultados obtidos apontam para a incorporação de acontecimentos do Brasil pela ficção, bem como o impacto destes nas vidas das personagens negras, que vivem em um país estruturalmente racista no qual a violência é naturalizada e faz parte do cotidiano. É observado que o incentivo ao armamento, por parte do Governo Federal, é responsável por ações do Estado, desde os atiradores de elite, contratados para sobrevoar as favelas até os PMs que supervisionam o arrastão nas praias. Mortes violentas são banalizadas pela população, acontecem com frequência, sem causar indignação e, em função disso, permanecem impunes.