ESTEREÓTIPOS E ESTIGMAS NO ESTABELECIMENTO DO ETHOS DA MULHER EM VIDA MARIA
Palavras-chave:
Ethos, Estereótipos, EstigmasResumo
O papel da mulher na sociedade contemporânea é questionado frequentemente, visto que o sistema patriarcal, ainda predominante em nossa sociedade, considera o homem como o “chefe da família”, o principal responsável por prover o sustento e tomar as decisões. Apesar das recentes conquistas femininas, e mesmo que a mulher exerça atividades profissionais fora do lar, a ela ainda cabe, na grande maioria das vezes, cuidar da casa, do companheiro e dos filhos, ficando sempre sob a tutela do pai ou do marido. As concepções de “estereótipos” e “estigmas” baseiam-se em atributos negativos para fazer referência a um indivíduo e/ou grupo e justificar seus lugares e funções sociais, e influenciam diretamente na construção da imagem discursiva de si pelo orador, o ethos. Tendo em vista a relação entre esses três conceitos, e fundamentado, sobretudo, nos estudos de argumentação discursiva de Ruth Amossy (2010; 2016a; 2016b; 2018), o objetivo deste trabalho é analisar a construção do ethos da mulher no curta Vida Maria, de 2007, em sua relação com os processos de estereotipagem e estigmatização. A análise partiu da observação dos recursos verbais e não-verbais que envolvem a personagem principal, Maria José, e as outras Marias de sua família. Foi possível constatar que elas assumem ethos tristes e amargurados por viverem vidas que não são do seu agrado, mas que atendem às expectativas preestabelecidas pela sociedade para as mulheres, principalmente as mais pobres e de áreas rurais.Downloads
Publicado
2022-11-30
Edição
Seção
Artigos