O TRABALHADOR DE BAIXA RENDA EM TEMPOS DE PANDEMIA DE COVID-19 SOB O PRISMA DA BIOPOLÍTICA: O “HOMO SACER” E A INSTAURAÇÃO DO “PARADIGMA DO CAMPO”
DOI:
https://doi.org/10.35356/argumenta.v0i36.2196Resumo
O artigo analisa a situação vivenciada pelo trabalhador brasileiro de baixa renda durante a pandemia do Covid-19 sob a ótica foucaultiana e agambeniana. Busca-se resposta ao seguinte problema de pesquisa: em que medida se pode afirmar que o trabalhador, notadamente o de baixa renda, no decorrer da pandemia de Covid-19 – a partir da qual o país ocupa o epicentro mundial com quase três milhões de brasileiros infectados e se aproxima de cem mil mortos –, foi transformado em um sujeito homólogo aquele que habita um campo, espaço no qual a produção da vida nua – uma vida desqualificada politicamente e, portanto, impunemente matável – é a expressão máxima da biopolítica do nosso tempo? O texto está dividido em duas seções. A primeira analisa, à luz das filosofias foucaultiana e agambeniana, a escravidão negra, as primeiras décadas dos libertos e a repressão aos trabalhadores no regime militar de 1964. Já a segunda seção investiga a exposição dos trabalhadores ao risco de contágio e morte na pandemia de Covid-19. A fenomenologia hermenêutica foi a metodologia de abordagem empregada. O artigo conclui que o trabalhador, notadamente o de baixa renda, na pandemia de Covid-19, é objeto da biopolítica descrita por Foucault, tendo sua vida exposta de forma desproporcional ao risco de morte pela Covid-19, aproximando-se do homo sacer e do paradigma do campo de Giorgio Agamben.Downloads
Publicado
02-06-2022
Edição
Seção
Artigos